Rosa Maria Duarte
na 1.ª foto
à entrada
da Taberna a Vareira
no centro histórico de Peso da Régua (Douro),
Sita na Rua de Custódio José Vieira, N.ºs 14 e 16.
1.ª Foto
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Peso da Régua - cidade do Distrito de Vila Real de onde é natural o
Pintor Jaime Silva (para mim uma das principais referência entre os grandes artistas
plásticos portugueses contemporâneos).
Numa exposição antológica do Pintor Jaime Silva, realizada no Salão
da Sociedade Nacional de Belas-Artes (Lisboa) no ano de 2013, estiveram
patentes ao público cerca de 100 obras (pintura e desenho: produção artística que
marca um longo período de criação compreendido entre 1966 e 2011).
Tivemos o prazer de visitar e apreciar essa magnífica exposição, e
de, com respeito estima e consideração, cumprimentar e conversar com o artista –
o qual proporcionou ao público presente uma agradável e informativa visita
guiada, oferecendo assim a todos a oportunidade de melhor ficarem a conhecer a
sua obra.
E ainda nas 2.ª e 3.ª fotos, do lado direito,
Rosa
Maria Duarte no Bar Fontinha, localizado em Vide.
Nas paredes ecos do fado, plasmados em forma de
imagens: fotos da grande Amália – a única (Amália Rodrigues).
O Bar Fontinha é um emblemático, convidativo e acolhedor
bar, situado no centro da aldeia, junto à igreja matriz.
Além do conforto e bom serviço que oferece, é
propício a momentos em que se vive um certo clima de tertúlia ao som de boa
música (é exemplo disso o ouvir-se frequentemente Xutos & Pontapés).
Ainda na 3.ª foto, da esquerda para a direita:
João Tavares e Artur Duarte
2.ª Foto
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3.ª Foto
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Vide é uma simpática aldeia do Concelho de Seia, Distrito da Guarda.
Situada no sopé da Serra da Estrela, Vide é atravessada pela
Ribeira (ou Rio) Alvôco.
O rio Alvôco (ou Ribeira de Alvôco) nasce da confluência de várias
outras ribeiras na Aldeia de Alvôco da Serra (Serra da Estrela), e vai desaguar
no Rio Alva na aldeia de Ponte das Três Entradas.
A certa altura – na noite
em que estas fotos foram tiradas no Bar Fontinha (Vide), ao som do CD dos Xutos
& Pontapés gravado ao vivo em Lisboa no ano de 2014, assinalando, e celebrando,
os 35 anos de carreira da banda – solicitei a presença, à mesa a que nos sentávamos,
do proprietário do Fontinha, que, por acaso, tem o mesmo nome do meu cunhado (João).
E ele – o Sr. João, proprietário do Fontinha – chegou-se a nós para saber o porquê de lhe termos feito um sinal.
Já junto a nós, e ligeiramente
curvado sobre as nossas cabeças, deu aqueles ares de quem escuta.
E então eu
disse-lhe:
– Oiça esta, Sr. João… Contei-lhe:
– Numa das vezes em
que eu, e aqui a minha mulher Rosa Maria, fomos ao Rock in Rio em Lisboa, estávamos nós num ponto alto, sentados na
relva e de Heineken na mão, aguardando a entrada da banda que iria tocar,
naquela noite, no palco principal, quando, ao fixarmos melhor o rosto dos
jovens músicos que actuavam no pequeno palco a uns vinte metros de nós, a Rosa
exclama:
– Olha lá!… Não te
parece que aquele tipo que está ali de guitarra, no palco, é o Zé Pedro dos
Xutos?...
Fixei também, com toda
a atenção, o indivíduo em questão actuando no palco… E confirmei: era de facto
o Zé Pedro dos Xutos.
Admirados
comentámos:
“É louvável… Impressionante
(só de um artista de alto nível…) – o grande, e merecido, prestígio que ele por
um lado tem, e por outro a humildade que vemos nele ao se integrar numa banda
de jovens que estão agora no início da sua carreira musical”.
Como tal, logo a
Rosa Maria se predispôs:
– É hoje que vamos
tentar falar-lhe!...
Aguardámos o final do
concerto. Contornámos depois o palco e esperámos nas traseiras.
Esperámos…
Havia porém mais
gente que havia chegado primeiro, e que como nós esperava. E foram estes que
primeiro se aproximaram.
Ao abrir-se a porta exterior
do camarim eis que a imagem que todos
aguardavam apareceu.
Deixamo-nos para
últimos. E, chagada a nossa oportunidade, gritei:
– Zé Pedro!...
Ele olhou e, mesmo
ciente de que as caras que via não eram caras suas conhecidas, não deixou de
sorrir… E todo ele expressando uma sobeja predisposição para nos receber
(acolher) dentro do perímetro da sua aura.
O Zé Pedro foi
simpático, afável… de uma nobre simplicidade, e conversador.
Revelamos-lhe o
nosso enorme (e já com barbas) respeito e apreço pelo trabalho da banda e pelos
respectivos elementos que a compõem.
Falámos-lhe do João
(meu cunhado) – um fã dos Xutos.
– “Dêem um abraço
meu ao João!” – incumbiu-nos o Zé Pedro do recado.
E a certa altura – já
a terminar o inesperado e memorável encontro – digo:
– “Fique o Zé Pedro
a saber que existem diversos triângulos por mim desenhados… E considero que estes
triângulos distinguem e honradamente nos elevam (a nós Portugal…). Um desses
triângulos é: “Camões; Amália; Xutos”.
Fiz esta afirmação com
toda a sinceridade. E percebi na transparência do sorriso de surpresa do Zé
Pedro que ele havia lido essa sinceridade nas minhas palavras.
O sorriso de Zé Pedro perdurou nas suas faces e no seu olhar. Depois apertou-me amistosamente a mão enquanto
pronunciava um obrigado revestido de laivos
de uma emoção autêntica, e à Rosa Maria deu um beijo, também agradecendo e
ainda emocionado.
M. Gama Duarte
Ainda atento, como se nos seus ouvidos ficasse o eco das minhas
palavras, o Sr. João do Fontinha fez
um expressivo e convicto aceno de cabeça – um aceno que para mim (e para todos
ali em família) significou que estava absolutamente de acordo com as
considerações que ouvira… – a síntese (ou a simbologia) do tal triângulo desenhado: “Camões;
Amália; Xutos”.
M. Gama Duarte
19 de Agosto de 2015
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