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domingo, 1 de novembro de 2015



Baía do Seixal






Cidade do Seixal – uma pérola na Margem Sul do Tejo… (pérola – definição com tons e brilhos próprios das figuras de estilo).

Imagem 1
Tomei a liberdade de entalhar esta definição (pérola) que, a meu ver, bem se ajusta a esta bela Cidade do Distrito de Setúbal… E nesta minha procura da melhor definição, aproveitando, talvez ainda, partículas da inspiração à luz da qual escrevi em Setembro do ano de 2007 a crónica SEGREDOS – (Os segredos dos rios e os segredos dos corpos) – crónica em que parte da narrativa é a descrição de momentos vividos com a minha mulher num passeio nocturno na orla da Baía do Seixal.


Tem esta crónica (SEGREDOS) um preciso cariz autobiográfico, e foi prazeroso partilhá-la, através deste meu blog, publicando-a no dia 17 de Maio de 2015. Apesar de a mesma poder ser facilmente encontrada no arquivo do blog sob o título Seixal-Lisboa, reproduzo aqui alguns dos seus parágrafos:  


Imagem 2












...
“Estas extraordinárias extremidades (os dedos) comparei-as um dia aos pequenos afluentes dos rios... – (recordo essa minha reflexão)... e verbalmente revelei-a num tom de voz que permitisse que Rose a meu lado me ouvisse: 

 – Sabes (?...), o Tejo é generoso… é nosso dever agradecer-lhe. Ele permite-nos o desfrutar desta bela baía (a Baía do Seixal… – caso exemplar dos pequenos segredos dos rios… Assim como existem os pequenos segredos do corpo… dos nossos corpos).
 
Também nesse dia – junto à Baía do Seixal – Rose  estava ao meu lado… E eu tinha-lhe dito, instantes antes, que podíamos agradecer ao Tejo a sua generosidade (… Era a generosidade do Tejo que permitia que desfrutasse-mos de toda a beleza daquela baía. E vinha de todo a propósito falar a Rose da reflexão em que eu mergulhara na sequência da “edílica” consideração que, instantes atrás, eu havia feito a respeito do Tejo – O Tejo… O rio a “quem” o Seixal e Lisboa confessam todos os seus segredos.
 
Era noite.
A ténue claridade que chegava à orla daquela praia fluvial da Margem Sul vinha dos candeeiros que cedo se acendem para iluminar a estrada marginal que aparentemente cria uma divisão entre a vila e a praia. Também trémulos feixes de luz estendiam-se nas águas espessas e escuras, parecendo amarras douradas a prenderem, uma à outra, e a céu aberto, ambas as margens: Amora e o Seixal.

Os meus olhos perdiam-se num estranho mas apelativo encontro com ocultas e belas faces de uma particular realidade. E tudo atraía a si, com especial virtude, aquela ínfima luz que assumia uma rara espécie de privilégio devotado a quem havia fruído do feliz destino de ali chegar naquele dia ao raiar da noite.”


(Fim de auto-citação)




Foto: M. Gama Duarte

Motivo:
Baía do Seixal
                                                     
                                                                       
Foto:Artur Duarte

Motivo:
Baía do Seixal
Uma pérola na Margem Sul do Tejo – expressão que hoje em dia diversas vezes vem à tona, pela minha voz, em conversas em que participo e se invoca a bela e histórica Cidade do Seixal, localizada a três dezenas de Km da respectiva cidade distrito: Setúbal. E a menos caminho (a “dois passos”) da cidade de Almada.













Imagem 3
E falando-se do Seixal e das suas tradições e importantíssimo património cultural com as mesmas relacionado, vale de todo a pena falar de Luciana Casanova.
Esta senhora, que terá hoje a idade de 79 ou 80 anos (peço desculpa pela falta de precisão), é uma artista com um talento incontornável – uma artista de alma e acção com obra feita, reconhecida e preservada, e personalidade que histórica e sentimentalmente se encontra ligada ao Seixal. Uma filha do Seixal e estimada pela sua terra.     


Imagem 4
Quase três décadas de trabalho seriamente especializado (rigor, minúcia, beleza, tradição). Um trabalho ímpar e inestimável (arte-ofício e conhecimento). Um Trabalho que continuamente tem sido reconhecido e tido divulgação, quer em particular ao nível do concelho – através dos diversos meios de informação da responsabilidade do Município do Seixal –, quer fora do município e distrito e além-fronteiras através das mais diversas formas.
A paixão, talento, persistência, dedicação, engenho, sabedoria e técnica, e virtudes humanas desta artista artesã, foram o segredo do sucesso da sua obra – a qual hoje constitui um vasto contributo para o riquíssimo património cultural desta cidade e deste concelho.
De entre os demais factos interessantes com os quais a Sr.ª D.ª Luciana Casanova se relaciona, é de realçar o detalhe de ela ser a única mulher em Portugal, e provavelmente na Europa, a ter formação em Carpintaria Naval - e a ter exercido essa arte-e-ofício durante quase três décadas na oficina do NNA (Núcleo Naval de Arrentela – uma mulher Carpinteira de réplicas em miniatura á escala, de embarcações.        





M. Gama Duarte

30 de Outubro de 2015





Obs: 
As imagens 1, 2, 3 e 4, que integram a ilustração da presente crónica, foram captadas fotograficamente por Rosa Maria Duarte num trabalho de recolha de motivos relacionados com as tradições do labor popular do povo da Baía do Seixal, representados em azulejo através da técnica de pintura à mão.
Os azulejos fotografados entram o painel de fundo em azulejo de um antigo fontanário localizado no Largo Mundet na parte antiga do Bairro Novo do Seixal.           



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