Baía do Seixal
Cidade do Seixal – uma pérola na Margem Sul do Tejo… (pérola
– definição com tons e brilhos próprios das figuras
de estilo).
Imagem 1 |
Tomei a liberdade de entalhar esta definição (pérola) que, a meu ver, bem se ajusta a
esta bela Cidade do Distrito de Setúbal… E nesta minha procura da melhor
definição, aproveitando, talvez ainda, partículas da inspiração à luz da qual
escrevi em Setembro do ano de 2007 a crónica SEGREDOS – (Os segredos dos rios e os segredos dos corpos) –
crónica em que parte da narrativa é a descrição de momentos vividos com a minha
mulher num passeio nocturno na orla da Baía do Seixal.
Tem esta crónica (SEGREDOS)
um preciso cariz autobiográfico, e foi prazeroso partilhá-la, através deste meu
blog, publicando-a no dia 17 de Maio de 2015. Apesar de a mesma poder ser facilmente
encontrada no arquivo do blog sob o título Seixal-Lisboa, reproduzo aqui alguns
dos seus parágrafos:
Imagem 2 |
...
“Estas extraordinárias extremidades (os
dedos) comparei-as um dia aos pequenos afluentes dos rios... – (recordo essa
minha reflexão)... e verbalmente revelei-a num tom de voz que permitisse que Rose a meu lado me ouvisse:
…
Também nesse dia – junto à Baía do Seixal
– Rose estava ao meu lado… E eu tinha-lhe dito,
instantes antes, que podíamos agradecer ao Tejo a sua generosidade (… Era a
generosidade do Tejo que permitia que desfrutasse-mos de toda a beleza daquela
baía. E vinha de todo a propósito falar a Rose da
reflexão em que eu mergulhara na sequência da “edílica” consideração que,
instantes atrás, eu havia feito a respeito do Tejo – O Tejo… O rio a “quem” o Seixal e Lisboa confessam todos os seus segredos.
…
Era noite.
A ténue claridade que chegava à orla
daquela praia fluvial da Margem
Sul vinha dos candeeiros que cedo se acendem para iluminar a
estrada marginal que aparentemente cria uma divisão entre a vila e a praia.
Também trémulos feixes de luz estendiam-se nas águas espessas e escuras,
parecendo amarras douradas a prenderem, uma à outra, e a céu aberto, ambas as margens: Amora e o Seixal.
Os meus olhos perdiam-se num estranho
mas apelativo encontro com ocultas e belas faces de uma particular realidade. E
tudo atraía a si, com especial virtude, aquela ínfima luz que assumia uma rara
espécie de privilégio devotado a quem havia fruído do feliz destino de ali
chegar naquele dia ao raiar da noite.”
(Fim de auto-citação)
Foto: M. Gama Duarte
Motivo:
Baía do Seixal
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Foto:Artur Duarte
Motivo:
Baía do Seixal
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Uma pérola na
Margem Sul do Tejo – expressão que hoje em dia diversas vezes vem à tona, pela minha
voz, em conversas em que participo e se invoca a bela e histórica Cidade do
Seixal, localizada a três dezenas de Km da respectiva cidade distrito: Setúbal.
E a menos caminho (a “dois passos”)
da cidade de Almada.
Imagem 3 |
E falando-se do Seixal e das suas tradições e
importantíssimo património cultural com as mesmas relacionado, vale de todo a
pena falar de Luciana Casanova.
Esta senhora, que terá hoje a idade de 79 ou 80 anos
(peço desculpa pela falta de precisão), é uma artista com um talento
incontornável – uma artista de alma e acção com obra feita, reconhecida e
preservada, e personalidade que histórica e sentimentalmente se encontra ligada
ao Seixal. Uma filha do Seixal e estimada pela sua terra.
Imagem 4 |
Quase três décadas de trabalho seriamente especializado (rigor, minúcia, beleza, tradição). Um trabalho ímpar e
inestimável (arte-ofício e conhecimento). Um Trabalho que continuamente tem
sido reconhecido e tido divulgação, quer em particular ao nível do concelho – através
dos diversos meios de informação da responsabilidade do Município do Seixal –,
quer fora do município e distrito e além-fronteiras através das mais diversas
formas.
A paixão, talento, persistência, dedicação, engenho,
sabedoria e técnica, e virtudes humanas desta artista artesã, foram o segredo do sucesso da sua obra – a qual
hoje constitui um vasto contributo para o riquíssimo património cultural desta cidade e deste concelho.
De entre os demais factos interessantes com os quais
a Sr.ª D.ª Luciana Casanova se relaciona, é de realçar o detalhe de ela ser a
única mulher em Portugal, e provavelmente na Europa, a ter formação em Carpintaria
Naval - e a ter exercido essa arte-e-ofício
durante quase três décadas
M. Gama Duarte
30
de Outubro de 2015
Obs:
As imagens 1, 2, 3 e 4, que integram a
ilustração da presente crónica, foram captadas fotograficamente por Rosa
Maria Duarte num trabalho de recolha de motivos relacionados com as tradições do labor popular do povo da Baía do Seixal, representados em azulejo através
da técnica de pintura à mão.
Os azulejos fotografados entram o painel
de fundo em azulejo de um antigo fontanário localizado no Largo Mundet na parte
antiga do Bairro Novo do Seixal.
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