A Rosa (a fadista)
espreitando através
da janela
da casa do poeta
M. Gama Duarte / 2015
(Instalação)
Título:
A Rosa (a fadista) espreitando
através da janela da casa do
poeta
|
O poeta
em casa da poetisa
… Sim, amiga…
Hoje sim:
ficarei em tua casa…
Diz-me apenas
onde fica
o teu guarda-fatos:
quero sossegar
de mansinho,
e adormecer,
de rosto
sobre o forro
do teu casaco…
Mas…
se mesmo assim
eu sentir frio…
há sempre um livro (!) algures…
(um dos teus livros, por exemplo…
Porque não?...)
Mas é importante
que o aqueças muito bem
ao teu peito…
… Cobrir-me-ei depois
com ele:
cobrirei os meus pés,
o meu peito;
os meus ombros;
o meu pescoço…
Fecharei depois os olhos…
(ficarei em silêncio…)
Mas em noites assim…
é leve o meu sono…
– leve como uma concha…
e o meu acordar é
suave…
e salgado… –
mais suave e salgado
que as areias das praias…
e que os cascos
dos navios.
M. Gama Duarte
14-07-2007
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