A
Stuart Carvalhais
(Homenagem
pessoal)
Livro composto e impresso
na Tip. do “Jornal do Fundão”
FUNDÃO
Prefaciado por Aquilino Ribeiro.
Edição de
ARMANDO PAULOURO
|
Desenhos recolhidos do livro:
Stuart
e os seus
bonecos
O Humor, a crítica…
e a arte de Stuart Carvalhais
Stuart Carvalhais foi um importante
(genial) artista português.
Nasceu no dia 7 de Março do ano de
1887 em Vila Real de Trás-os-Montes, e faleceu em Lisboa, no Hospital e Santa
Maria, no dia 2 de Março de 1961.
Seu pai era um português originário
de famílias abastadas do meio rural, e sua mãe era de origem britânica.
Stuart Carvalhais (José Herculano
Stuart Torrie d’Almeida Carvalhais) deixou uma diversificada e valiosa obra, a
qual reflecte, de modo considerável, e expressivo, o seu versátil génio
criativo doseado com o seu notável sentido de humor.
Stuart Carvalhais foi caricaturista,
fotógrafo, gráfico, ilustrador, autor de banda desenhada, pintor, cenógrafo,
figurinista de teatro, etc.
Os primeiros anos da sua infância
passou-os em Espanha.
Regressa a Portugal no ano de 1891.
O ensino Primária e o Liceu
frequentou-os no Alentejo. E a formação artística obteve-a em Lisboa. Mas
Stuart Carvalhais vêm a ser sobretudo um autodidacta, e beneficiou, naturalmente,
das tendências modernistas em efervescências na época. Pois uma vez que se aproximou
e se integrou neste Movimento Modernista, necessariamente foi tocado
(influenciado) pelas referidas tendências. E, neste processo, teve a
oportunidade de conhecer e conviver com outros artistas da altura
representativos deste novo movimento cultural.
O seu primeiro trabalho, já com
caracter profissional, foi o de repórter fotográfico. Seguidamente lançou-se
como ilustrador. E como caricaturista iniciou-se no ano de 1906 em O Século - Suplemento Humorístico, e no
ano de 1907 revela-se como autor de banda desenhada com “As Aventuras de Dois Meninos no Bosque”, e mais tarde, no ano de
1915, com “Quim e Manecas” publicada
em O Século Cómico. É também da sua
criação a célebre serie de BD “Cóco,
Reineta e Facada”.
Ao tempo, este género de expressão
artística (a banda desenhada) era conhecido como histórias aos quadradinhos.
No ano de 1909 Stuart Carvalhais
passa pelo pequeno teatro Salão Foz
que existia na Baixa Pombalina, onde, caracterizado de palhaço (Monsieur Brillet), fazia caricaturas dos
espectadores.
Em 1911 é-lhe entregue um cargo de direcção
no periódico A Sátira (revista
humorística), e nos anos de 1912 e 1913 colabora no periódico O Papagaio Real e
participa nos primeiros Salões Humoristas (I e II - Exposições dos Humoristas Portugueses)
organizados pela Sociedade de Humoristas Portugueses.
Entre 1913 e 1914 permanece em Paris
por uns tempos e aí colabora com diversos periódicos. Frequenta então nessa
cidade os ambientes intelectuais.
Stuarte Carvalhais em Paris cruza-se
e convive com Amadeu de Sousa Cardoso, Almada Negreiros, Santa Rita Pintor e
José Pacheco, entre outros artistas portugueses.
Regressa a Lisboa e torna-se
frequentador das tertúlias artísticas e jornalísticas. Casa-se entretanto com
uma varina de nome Fausta Moreira, com quem, um ano mais tarde, vem a ter um
filho.
O Bairro Alto e Chiado são lugares “sacramentais” (de eleição).
Stuart Carvalhais volta à
colaboração com jornais portugueses. Entre os demais com A Lucta, o ABC a Rir, A Batalha, a revista Ilustração, o Papagaio Real, o Diário de
Notícias, o Sempre Fiche e o Magazine Bertrand.
Do jornal ABC a Rir chegou a ser director. E começou no ano de 1922 a
colaborar com a editora discográfica Valentim de Carvalho, criando capas para
discos.
Stuart Carvalhais no decorrer do seu
longo percurso artístico foi sempre repartindo a sua produção artística (o seu
trabalho) pela ilustração – género com o qual por vezes participava em
concursos e recebia prémios –, a caricatura, etc. – no que se inclui a sua
participação na 3.ª edição do Salão dos Humoristas no ano de 1920.
Foram-lhe atribuídos dois prémios
internacionais (por capas de discos da sua autoria), nomeadamente em Génova e
em Sevilha, e respectivamente, nos anos de 1928 e 1929.
Com o Diário de Notícias foi longa a
sua colaboração. E para as Festas de Lisboa do ano de 1934 criou um cartaz a
cor.
Stuart Carvalhais (José Herculano
Stuart Torrie d’Almeida Carvalhais) foi um artista boémio, divertido e
popularíssimo. E foi preferencialmente na gente simples, e nos vários momentos
e circunstâncias da vida diária dessa gente, e nos lugares por essa mesma gente
frequentados, que se inspirou na criação de uma significativa parte da
enormíssima obra que nos deixou. Revelando através dela o seu olhar livre,
atento, vibrante e sensível… Fazendo ele, Stuart Carvalhais (ou sendo), afinal –
ele também – parte dessa mesma gente.
M. Gama
Duarte / 2015
Breve apontamento biográfico (compilação /
resumo) sobre
Stuart Carvalhais, elaborado com recurso a dados disponíveis na
Infopédia – DICIONÁRIOS
PORTO EDITORA - Artigos de apoio, e na wikipédia, a enciclopédia livre.
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