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MENSAGEM AOS VISITANTES DO BLOG

Saúdo todos os que acedem a este meu Blog, venham ou não, de futuro, a tornarem-se visitantes habituais do mesmo.

Apraz-me contar com todos neste espaço de partilha.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015



Portais intemporais
de Memórias















… E olhai
como as pedras
agora florescem
(…)
e entre o nascer da noite
e o perecer da madrugada,
alados corceis de prata,
em vertiginoso galope,
aproximam-se…


(Extracto do poema “Alquimia”)












E
Delfins, elfos, querobins,
eis que despertam
de uma intermitente sonolência…


(Extracto do poema “Iniciáticos Abismos”)











…  e aquela noite, dos singelos laços
selados
no carmim das bocas…









… É o secreto silêncio
do odor das almas
castas e nuas…


(Extracto do poemas: “Noite dos singelos laços”)


… E será o tempo
dos rituais
em que se invocam os poetas…

E será a hora do acordar definitivo
dos gira-sois
e das gaivotas ocuparem
o lugar das estrelas.


(Extracto do poema: Ante – Poema)        
 




Fotos:
M. Gama Duarte / Agosto 2015

Textos:
M. Gama Duarte
(Recolha da colectânea intitulada "Poesia Con(m) ferida do lado do coração / 2006)"



segunda-feira, 17 de agosto de 2015



Rosa Maria Duarte

na 1.ª foto
à entrada
da Taberna a Vareira
no centro histórico de Peso da Régua (Douro),                                  
Sita na Rua de Custódio José Vieira, N.ºs 14 e 16.



1.ª Foto


















Peso da Régua - cidade do Distrito de Vila Real de onde é natural o Pintor Jaime Silva (para mim uma das principais referência entre os grandes artistas plásticos portugueses contemporâneos).

Numa exposição antológica do Pintor Jaime Silva, realizada no Salão da Sociedade Nacional de Belas-Artes (Lisboa) no ano de 2013, estiveram patentes ao público cerca de 100 obras (pintura e desenho: produção artística que marca um longo período de criação compreendido entre 1966 e 2011).

Tivemos o prazer de visitar e apreciar essa magnífica exposição, e de, com respeito estima e consideração, cumprimentar e conversar com o artista – o qual proporcionou ao público presente uma agradável e informativa visita guiada, oferecendo assim a todos a oportunidade de melhor ficarem a conhecer a sua obra.                          





E ainda nas 2.ª e 3.ª fotos, do lado direito,
Rosa Maria Duarte no Bar Fontinha, localizado em Vide.
Nas paredes ecos do fado, plasmados em forma de imagens: fotos da grande Amália – a única (Amália Rodrigues).
O Bar Fontinha é um emblemático, convidativo e acolhedor bar, situado no centro da aldeia, junto à igreja matriz.
Além do conforto e bom serviço que oferece, é propício a momentos em que se vive um certo clima de tertúlia ao som de boa música (é exemplo disso o ouvir-se frequentemente  Xutos & Pontapés).


Ainda na 3.ª foto, da esquerda para a direita:
João Tavares e Artur Duarte       



2.ª Foto














3.ª Foto




























Vide é uma simpática aldeia do Concelho de Seia, Distrito da Guarda.
Situada no sopé da Serra da Estrela, Vide é atravessada pela Ribeira (ou Rio) Alvôco.
O rio Alvôco (ou Ribeira de Alvôco) nasce da confluência de várias outras ribeiras na Aldeia de Alvôco da Serra (Serra da Estrela), e vai desaguar no Rio Alva na aldeia de Ponte das Três Entradas.    





A certa altura – na noite em que estas fotos foram tiradas no Bar Fontinha (Vide), ao som do CD dos Xutos & Pontapés gravado ao vivo em Lisboa no ano de 2014, assinalando, e celebrando, os 35 anos de carreira da banda – solicitei a presença, à mesa a que nos sentávamos, do proprietário do Fontinha, que, por acaso, tem o mesmo nome do meu cunhado (João). E ele – o Sr. João, proprietário do Fontinha – chegou-se a nós para saber o porquê de lhe termos feito um sinal.
Já junto a nós, e ligeiramente curvado sobre as nossas cabeças, deu aqueles ares de quem escuta.
E então eu disse-lhe:
– Oiça esta, Sr. João… Contei-lhe:

– Numa das vezes em que eu, e aqui a minha mulher Rosa Maria, fomos ao Rock in Rio em Lisboa, estávamos nós num ponto alto, sentados na relva e de Heineken na mão, aguardando a entrada da banda que iria tocar, naquela noite, no palco principal, quando, ao fixarmos melhor o rosto dos jovens músicos que actuavam no pequeno palco a uns vinte metros de nós, a Rosa exclama:
– Olha lá!… Não te parece que aquele tipo que está ali de guitarra, no palco, é o Zé Pedro dos Xutos?...
Fixei também, com toda a atenção, o indivíduo em questão actuando no palco… E confirmei: era de facto o Zé Pedro dos Xutos.
Admirados comentámos:
“É louvável… Impressionante (só de um artista de alto nível…) – o grande, e merecido, prestígio que ele por um lado tem, e por outro a humildade que vemos nele ao se integrar numa banda de jovens que estão agora no início da sua carreira musical”.        
Como tal, logo a Rosa Maria se predispôs:
– É hoje que vamos tentar falar-lhe!...
Aguardámos o final do concerto. Contornámos depois o palco e esperámos nas traseiras.
Esperámos…
Havia porém mais gente que havia chegado primeiro, e que como nós esperava. E foram estes que primeiro se aproximaram.
Ao abrir-se a porta exterior do camarim eis que a imagem que todos aguardavam apareceu.
Deixamo-nos para últimos. E, chagada a nossa oportunidade, gritei:
– Zé Pedro!...
Ele olhou e, mesmo ciente de que as caras que via não eram caras suas conhecidas, não deixou de sorrir… E todo ele expressando uma sobeja predisposição para nos receber (acolher) dentro do perímetro da sua aura.
O Zé Pedro foi simpático, afável… de uma nobre simplicidade, e conversador.
Revelamos-lhe o nosso enorme (e já com barbas) respeito e apreço pelo trabalho da banda e pelos respectivos elementos que a compõem.

Falámos-lhe do João (meu cunhado) – um fã dos Xutos.
– “Dêem um abraço meu ao João!” – incumbiu-nos o Zé Pedro do recado.
E a certa altura – já a terminar o inesperado e memorável encontro – digo:
– “Fique o Zé Pedro a saber que existem diversos triângulos por mim desenhados… E considero que estes triângulos distinguem e honradamente nos elevam (a nós Portugal…). Um desses triângulos é: “Camões; Amália; Xutos”.
Fiz esta afirmação com toda a sinceridade. E percebi na transparência do sorriso de surpresa do Zé Pedro que ele havia lido essa sinceridade nas minhas palavras.
O sorriso de Zé Pedro perdurou nas suas faces e no seu olhar. Depois apertou-me amistosamente a mão enquanto pronunciava um obrigado revestido de laivos de uma emoção autêntica, e à Rosa Maria deu um beijo, também agradecendo e ainda emocionado.


Ainda atento, como se nos seus ouvidos ficasse o eco das minhas palavras, o Sr. João do Fontinha fez um expressivo e convicto aceno de cabeça – um aceno que para mim (e para todos ali em família) significou que estava absolutamente de acordo com as considerações que ouvira… – a síntese (ou a simbologia) do tal triângulo desenhado: “Camões; Amália; Xutos”.




M. Gama Duarte

19 de Agosto de 2015
               



Amália
Rodrigues