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sábado, 13 de junho de 2015



Santo António de Lisboa
nas Festas Populares
da cidade






Instalação

Autoria:
M. Gama Duarte / 2015
Temática:
Homenagem ao Santo António de Lisboa





































António é certamente o santo mais popular na cidade de Lisboa.
Como santo, é imagem inspiradora de grandes devoções, e de grande fé.
Como santo, e inspirando tantas devoções, é dos santos mais versáteis no domínio dos milagres.

Especialmente em Lisboa, na noite de 12 e no dia de 13 de Junho – alturas do ano que lhe estão consagradas – reúnem-se multidões em festejos de expressão por vezes mais profana que religiosa. Porém, nos aspectos em que as festividades têm mais cunho profano, é sobremaneira notável a simpatia que os populares nutrem pelo seu Santo.
Mas todas estas manifestações de tradição secular são vividas intensamente em ambiente de sadia convivência entre os lisboetas, e todos os que vêm de além fronteiras, que regra geral encontram um caloroso acolhimento.

António (Santo António) nasceu em Lisboa, junto à Sé, por volta do ano de 1192 (a tradição fixa o seu nascimento no dia 15 de Agosto de 1195).
Por ter nascido na capital (Lisboa) é um santo alfacinha, mas, mais importante que ser um santo nascido em Lisboa, é o facto de ser um santo português… (e do Mundo).
O seu nome de registo (o verdadeiro nome – o de baptismo) é Fernando de Bulhões. Seu pai, Martim Vicente de Bulhões, foi um nobre cavaleiro do rei D. Afonso II. E sua mãe, também oriunda da pequena nobreza, chamava-se Maria Teresa Taveira.

Durante a sua infância, e a adolescência, Fernando de Bulhões teve uma educação e uma instrução segundo os padrões estabelecidos para seguimento à risca no meio social em que nascera.
Nas suas fases de infância e início da adolescência, Fernando teve como mestre o seu tio (cónego) Fernando Martins de Bulhões. Também não faltaram ao pequeno Fernando os ensinamentos que dele fariam um respeitável cavaleiro de carreira.

Porém, entre os quinze e os dezoito anos de idade, Fernando ingressa no Mosteiro de S. Vicente de Fora, envergando o hábito dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho. Inicialmente Fernando é apenas apoiado pela mãe – que   recolhesse no filho as qualidade necessárias (e mais algumas) para singrar dignamente na vida monástica e de serviço ao semelhante. O pai vem por fim também a apoiar o seu filho.

Dois anos volvidos, Fernando resolve transferir-se para o Mosteiro de Santa Cruz em Coimbra, que pertencia à mesma ordem monástica, mas onde se praticava um nível de estudo interdisciplinar mais elevado, e onde frequentemente permaneciam, por algum tempo, mestres de filosofia e teologia vindos de Paris.
Foi em Coimbra, anteriormente no Mosteiro de S. Vicente de Fora e inicialmente na escola da Sé, que Fernando de Bulhões absorveu as importantes bases da sua cultura. Mas foi em Coimbra que ele escreveu os seus primeiros sermões. E durante oito anos Fernando de Bulhões mantem-se nesta cidade.
É então ordenado sacerdote. E com apenas 25 anos de idade já se revela, com invulgar notoriedade, a sua sabedoria e sinais de grande espiritualidade e santidade.

No Verão de 1220 parte para Marrocos com destino ao Convento de Santo Antão dos Olivais. Já o seu ideal era seguir o trilho evangélico de Francisco (São Francisco de Assis).
É ao tornar-se Franciscano que Fernando de Bulhões passa a chamar-se António (Frei António).

Frei António era um afincado estudante. Profundo conhecedor da Bíblia Sagrada; teólogo de grande nível; extraordinário pregador.
Acumulava a todos estes predicados as suas competências no domínio das línguas: Falava o latim, o grego, o árabe e o hebraico… (um poliglota como também o teria sido Jesus – o Nazareno… Mas no caso de Jesus, acrescentando-se o aramaica que naturalmente também saberia falar).

Em Marrocos Frei António adoece gravemente.
Não conseguindo recuperar da sua enfermidade, Frei António embarca de regresso a Portugal.
Porém uma tempestade violenta muda o rumo à viagem, e o barco chega às costas da Sicília em Itália. Aí Frei António, acompanhado do seu irmão Filipe, é acolhido no Convento dos Franciscanos.
Frei António recupera a saúde. E em Maio de 1221 Frei António visita Assis – ponto onde se reuniam todos os franciscanos. E aí conhece Francisco (S. Francisco de Assis).
Frei António é convidado para o convento de Montepaolo. Como Frei António era o único sacerdote do convento, passou a exercer o seu ministério ao serviço dos confrades, ao mesmo tempo que, mantendo a sua humildade, participava em todos os trabalhos.
Os seus dons como orador vão ganhando cada vez mais projecção.
Frei António dedica-se à pregação, e é-lhe pedido por Francisco que passe a ensinar teologia aos Frades Menores de Bolonha.
Em 1224 António parte para França para pregar e ensinar teologia.

Frei António viaja constantemente.
Durante algum tempo prega entre o Sul de França e Itália. E na Primavera de 1228 pela primeira vez chega à cidade de Pádua. Lá fica durante uns meses hospedado no Convento de Arcella.
Ainda em 1228, Frei António é chamado a Roma pelo Ministro Geral Frei Giovanni Parenti, porque este queria consultar Frei António sobre algumas questões relativa ao governo da Ordem.
Antes de regressar a Pádua, Frei António é chamado pelo Papa Gregório IX, para que o frade e sacerdote português pregue. A pregação é coroada de sucesso, encantando o papa e os cardeais.
Frei António é convidado a ficar para pregar às multidões de peregrinos, que pela quadra da Páscoa afluíam a Roma. Mas após a pregação viaja para Assis a fim de estar presente na canonização do seu irmão Francisco que havia falecido no dia 3 de Outubro de 1226.

Frei António regressa então à cidade de Pádua.
Repartindo sempre o seu tempo com sabedoria, inspiração e arte, ele era o erudito: homem dos livros, da palavra, das bibliotecas, dos púlpitos, e também da clausura e dos ermitérios. Por outro lado era o popular: homem simples e humilde entre os demais simples e humildes (um humanista solidário) – compassivo e generoso… Aceitando como desígnio divino as provações pelas quas passava no exercício da sua acção missionária, e de auxílio aos mais infortunados. E não se escusava a usar da palavra na crítica à hipocrisia, à negligência e opulência de alguns – imperfeições que ele via como a origem da falta de moral e de muitas injustiças que causavam a pobreza de outros.   
        
Depois de uma nova missão em Roma, Frei António regressa definitivamente a Pádua em finais de Outubro de 1230, onde permanecerá até aos últimos dias da sua vida.
Frei António faleceu com cerca de 39 anos de idade a 13 de Junho do ano de 1231 no convento de Arcella na cidade de Pádua, em Itália. Por sinal no mesmo dia e mês que nasceu o nosso grande poeta Fernando Pessoa.



Instalação

Autoria:
M. Gama Duarte / 2015
Temática:
Homenagem ao Santo António de Lisboa 

O processo de canonização do franciscano Frei António foi o mais célere da história da igreja católica. Não tinha ainda decorrido um ano quando o Papa Gregório IX, a 30 de Maio de 1232 na Catedral de Espoleto, canonizou o Frei António e estabeleceu o dia 13 de Junho (dia da morte do Santo) para os festejos em sua honra.
A cidade de Pádua, onde ficou sepultado, elege-o como seu padroeiro. E por devoção ao Frei António, recém canonizado, ainda nesse ano é iniciada na cidade a construção de uma basílica.
Por este facto, e devido à sua importantíssima acção missionária e ligação afectiva aquela cidade, ele também é identificado por Santo António de Pádua.  
A igreja que em Lisboa foi inicialmente construída no local onde nasceu Fernando de Bulhões (Santo António), não chegou aos nossos dias. A igreja com o seu nome que actualmente existe no local foi construída em estilo barroco após o terramoto de 1755.


E no dia 16 de Janeiro de 1946, Santo António de Lisboa é proclamado Doutor da Igreja pelo Papa Pio XII (até hoje o único Doutor da Igreja de origem portuguesa).



M. Gama Duarte
13 de Junho de 2015




Bibliografia consultada como apoio à composição deste texto:


– Santo António de Lisboa, de Stefano Dell´Orto (Editora Paulus – 2.ª edição de Junho de 2000)

– Os Génios do Cristianismo – Histórias de profetas, de pecadores e de santos, de Henri Tincq  (Editora Gradiva – PÚBLICO)
1.ª edição: Dezembro de 1999





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