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quinta-feira, 26 de novembro de 2015




Perséfone



                                                                                                                                                  

M. Gama Duarte / 2015
(Instalação)

Título:
“O ouro Vegetal
dos campos de cultivo
por onde passeava Perséfone”    


a deusa
das ervas, das flores,
dos frutos
e dos perfumes





Na mitologia grega, Perséfone era filha de Deméter e de Zeus – a única filha nascida da relação que tiveram um com o outro.
Zeus era o deus dos deuses – o chefe supremo do Olimpo. O poder de Zeus era superior ao poder de todas as divindades gregas juntas. Ele era o senhor da Chuva, do Céu e das Nuvens, do Raio e do Trovão.
Deméter – também uma das doze divindades do Olimpo – era a deusa da agricultura (deusa dos cereais e das colheitas, da vegetação, da fecundidade, das estações do ano, da ordem e do casamento).

Perséfone tinha irmãos tanto do lado materno como do lado paterno.

Perséfone era uma jovem deusa possuidora de rara beleza. Ela deslumbrava com o seu encanto, e muitos se tornaram seus pretendentes.
É referido que entre as divindades que foram pretendentes de Perséfone se encontrava Hades.
Relatam os hinos homéricos que Hades (deus do reino do submundo: das sombrias profundezas subterrâneas, mergulhadas nas trevas) veio a ser o pretendente que conseguiu ter a jovem deusa como sua esposa.
Tal desejo de se esposar da jovem Perséfone, concretizou-o Hades levando a cabo um plano cujo intento era raptá-la, uma vez que da parte de Deméter (mãe de Perséfone) ele não obtivera o consentimento para casar com a jovem deusa.
Nesse plano Hades veio a contar com o auxílio do seu irmão Zeus. Estes tendo conhecimento que o seu irmão Hades se apaixonara perdidamente pela jovem deusa, facilitou a concretização do planeado rapto criando a flor de nome narciso que viria a atrair a jovem deusa.



O narciso era uma flor raríssima de cor carmesim e prata, cujo aspecto diferia do aspecto da flor a que hoje se dá o mesmo nome.

Então o momento escolhido por Hades para pôr o plano em prática, foi quanto um dia Perséfone, acompanhada das ninfas e das suas irmãs Atena e Ártemis, passeava no Vale Enna colhendo flores. Este vale era uma campina coberta de relva viçosa, rosas, açafrão, violetas, Iris e jacintos.
Por conseguinte, a certa altura Perséfone avistou uma flor com um perfume único, que nunca vira antes, e que a fascinou. E a partir desse instante muitas mais, da mesma espécie, foram surgindo.
Perséfone não resistiu e, incauta, foi-se afastando das suas companheiras correndo. Aproximou-se assim, deslumbrada, das misteriosas flores (os narcisos) cheia de vontade de encher com elas o seu cesto.


Porém não chegou a satisfazer o desejo de as colher.

Hades era um deus solitário vivendo mergulhado em melancolia, e raramente emergia dos seus domínios subterrâneos para andar pelo mundo dos vivos. Mas quando o fazia, geralmente tirava partido da sua capacidade de se tornar invisível. E também raramente visitava o Olimpo para se encontrar com os seus irmãos Zeus e Poseidon, e as outras divindades.


Mas Hades naquele dia não deixou escapar aquela oportunidade: o momento em que Perséfone se encontrava sozinha e rodeada por tais estranhas mas belas flores.
Então logo a terra se abriu e Hades, majestoso, carinhoso, mas ao mesmo tempo temível, surge das profundezas conduzindo o seu carro dourado puxado por corcéis negros. E de imediato arrebata pela mão a jovem deusa Perséfone e senta-a a seu lado. E assim a levou até aos domínios subterrâneos – lugar que era chamado de Èrebo, e que se dizia ser uma imensa planície no profundo subsolo onde os mortos assombrados deambulavam.

Consumava-se assim a vontade de Hades: ter Perséfone como esposa, dividindo com ela o seu reino.

Deméter, ao ouvir o grito de susto da sua filha no momento em que Hades a arrebatara de surpresa, desolada e em desespero desce do Olimpo até à dimensão terrena em busca de Perséfone.
Procura-a por todos os cantos do mundo, mas em vão. Não sabe onde ela se encontra e nenhuma informação consegue sobre o que lhe aconteceu.

Deméter vem por fim a ter conhecimento por intermédio de Hélios (o Sol) de que Perséfone se encontra junto de Hades, porque este a raptara com a finalidade de virem a ser marido e mulher para sempre.
E tendo Deméter conhecimento do facto ocorrido, aumentou o seu pranto, e decide não regressar ao Olimpo sem a filha. E, além de não regressar sem a filha, suspende todas às dádivas que normalmente concedia à Terra. E essa situação calamidade seria mantida até que a sua filha lhe fosse restituída.

Devido à tristeza e amargura de Deméter, os campos de cultivo já não tinham a sua atenção e protecção. E abateu-se sobre a terra a desgraça.
Seguiu-se um ano tremendo (a Terra gelara). Tempos de profunda carência em que nada na natureza frutificava: as sementes não germinavam, os animais não tinham qualquer alimento, e a humanidade parecia que não iria sobreviver porque todo o trabalho investido nas terras era perdido.



Zeus compreendeu que tinha que intervir. Tendo ele chegado a esse entendimento, enviou Hermes ao encontro de Hades para lhe pedir que libertasse Perséfone, permitindo assim que ela regressa-se para junto da sua mãe que vivia em enorme tristeza com a falta da sua filha.

Hades e Perséfone viviam amorosamente (porém nunca chegaram a ter filhos). Mas Hades tinha consciência que não podia desobedecer a Zeus.


Contudo Hades ousou pôr em prática uma estratégia para não perder definitivamente Perséfone.

Hades deu então a Perséfone sementes de romã para que ela as ingerisse. Ela aceitou-as e ingeriu-as – o que implicou que o elo que os ligava se manteria para sempre.
Porém nem Hades nem Deméter viriam a ter a companhia de Perséfone durante todo o ano: metade do ano Perséfone ficaria junto do seu marido (Hades) – a altura do ano em que toda a natureza parecia perecer (o Outono e o Inverno). E a outra metade do ano Perséfone ficaria no Olimpo na companhia da sua mãe (Deméter) – a altura do ano em que toda a natureza renascia e se tornava dadivosa (a Primavera e o Verão).


Apresenta-nos esta história impregnada de romantismo, uma versão mítica da explicação dos ciclos naturais em que assentam as diferenças entre as estações do ano.
Mas apesar da sua fantasia, e do irreal, reveste-se do seu quê encantatório.





M. Gama Duarte
26/11/2015

(Texto composto a partir da compilação de elementos recolhidos em diversas fontes)    

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