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quinta-feira, 23 de julho de 2015




Madrugada nos teus dedos





Dizes-me: “Além…”,                                            
Dunas do Guincho  /  Litoral português
   
e olhas-me…
E o teu olhar
tem a profundeza
de quem olha o horizonte.


Dizes-me: “Além…”,
e olhas-me no rosto;
olhas
as minhas mãos fazes uma viagem
(o passageiro em viagem é o teu coração viajando nos teus olhos…)
… No relevo das tuas mãos: tarsos; metatarsos
nos nós das tuas falanges,
talvez vejas o Marão, a Estrela,                  
A Serra
a Arrábida, o Gerês…

… Pensarás, talvez, em me dizeres:
“Colhe-me aí – nessas serranias – uma flor!...
Colhe-me uma flor
de entre as flores que sabes que mais gosto”
(Tu queres ver uma flor apertada,               
num abraço,                                                           
Casas do Norte Beirão
entre os meus dedos,
e eu percebo…)

 – “Vamos viajar…” – segredas-me,
como se me falasses de coisas proibidas….
E:
– “Por terras e por mares, vamos!… Vamos viajar!” – insistes…
E olhas para as minhas mãos…
E eu olho nos teus olhos, e digo-te:
– “Eu sei!... (as serras têm rios, riachos, lagos, cascatas…”

 – “E os planetas têm mares e Oceanos!…” – recordas-me.

Tu queres viajar…
Mas as minhas mãos também são as tuas mãos,
e as tuas mãos são também as minhas mãos

Eu sei que as minhas mãos (e talvez também as tuas mãos)
não têm a pureza das águas secretas
das nascentes…                                                
João Candeias Tavares
(pai de Rosa Maria Duarte),
na Tapada da Ajuda em Lisboa



… Mas tu dizes-me:
– “Vamos!...”
… E é madrugada nos meus dedos;
nos teus dedos…

… Vamos então...
Vamos!…
Vamos viajar nas nossas mãos!





M. Gama Duarte
26/09/2007

(Poema dedicado a Rosa Maria Duarte)

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