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segunda-feira, 16 de março de 2015






Quadro produzido com técnica mista


Título: Os faunos marinheiros (Ecos do fado)
Autor: M. Gama Duarte / 2015
Colaboração na preparação de imagens: Artur Duarte
      Materiais utilizados: Ecolines, lápis de cor, tinta da china, colagem de recortes      







Os Faunos Marinheiros


Recordavam ainda
um leve gosto a maresia
que nos lábios lhes ficava
dos breves beijos
das sereia...

Recordavam ainda
rubros úteros de areia,
que
ávidos ,
e em êxtase,
se abriam
bebendo o fresco mosto
dos crepúsculos…
… E recordavam, enfim,
um fado ancestral…
– um fado cantado
por faunos marinheiros
ao alvorecer do trinar das guitarras,
que invocavam as naus… – naus, faluas e caravelas
que mais além navegavam
em maresias de espuma...
E nelas se ouvia um pulsar de sangue,
e na memória ainda  
o aroma de primordiais algas em flor
e um calor de desejos
ardendo em delirantes labaredas
de luar...

E recordavam
as longínquas noites
em que estrelas cintilando
vinham do alto habitar o veludo púrpura
do céu das bocas…
… e em longínquos oceanos
debruçavam-se cascatas,
em que se reacendiam 
melodias de fogo,
neblinas
de iodo
e sal eternamente reluziam...



M. Gama Duarte

(Dedico este poema às novas vozes do fado, e às suas vozes de sempre, bem como o dedico a todos os músicos e poetas do fado, e ainda, em geral , a todos os que sentem o fado de corpo e alma).


O fado é atitude, é postura, é sentimento, é poesia, é vibração.
É com estas palavras que, com todo o respeito e apreço, defino o fado. 

... E cada um de nós é único (qualquer ser humano é único) e insubstituível. Por isso existe a saudade.
A saudade é um estado de alma que o fado profundamente conhece. E dessa saudade ele - o fado - nos fala ao coração. 


    







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