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terça-feira, 27 de janeiro de 2015





João Duarte e Maria do Rosário Duarte, numa das janelas de sua casa que davam para o quintal, em Lisboa, nos anos 80.





Beleza intemporal


Não era diferente a luz
porque menos leve não era a sombra
que lhes purificava os gestos…

Falavam da eternidade… 
eternidade-sentinela em chamas  
que arde
num eterno lavrar
de caminhos.

Não havia neles princípio…
(talvez um fim… (um dia)
… Pois seriam gestos sem registo no tempo,
e não os perturbava a memória…
nem a idade dos sonhos,
nem da idade dos desejos...
Não os perturbava a idade da alma…

Indiferentes ao leve sono da lua
e ao tamanho das estrelas,
confiavam na secreta virgindade,
e pureza,
dos errantes punhos de água
em nupciais encontros
com as singelas e imaculadas raízes
de açucena.

Não era diferente a luz
porque menos leve não era a sombra
que lhes purificava os gestos…
E eles subiam… Subiam:
degrau a degrau;
pé-ante-pé;
ternura-ante-ternura…
E,
já perto,
navegavam em  madrugadas
que se orvalhavam
a um terno
e ténue olhar.
   

 
M. Gama Duarte
1996
    



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